Five Nights at Freddy’s 2 supera o original, mas roteiro ainda é preguiçoso

Five Nights at Freddy's 2 (Divulgação / Universal Pictures)

Five Nights at Freddy’s 2 é inegavelmente uma melhoria em comparação ao seu antecessor, com foco maior nos animatrônicos, no passado do restaurante temático, nos momentos de tensão, nos sustos e nos easter eggs para os fãs da franquia de jogos.

Dirigido por Emma Tammi, o longa-metragem continua a história de Mike (Josh Hutcherson), Abby (Piper Rubio) e Vanessa (Elizabeth Lail). Desta vez, o trio protagonista precisa lidar não apenas com o passado assombrado do restaurante Freddy Fazbear’s Pizza, mas também enfrentar uma alma atormentada.

Assim como no primeiro filme, esta sequência continua a explorar os dramas de seus três protagonistas, mas em um grau menor. Mike parece mais confiante, Abby lida com o luto de ter perdido seus “amigos”, enquanto Vanessa tenta se afastar do legado sombrio de seu pai, William Afton (Matthew Lillard).

No entanto, o maior peso fica para a história da Marionette, uma boneca arrepiante que tem o poder de controlar outros animatrônicos. A história da marionete se conecta com a de Charlotte (Audrey Lynn-Marie), uma das várias vítimas do serial killer que foi o grande vilão do primeiro filme.

Josh Hutcherson, Elizabeth Lail e Piper Rubio em Five Nights at Freddy's 2 (Divulgação / Universal Pictures)
Josh Hutcherson, Elizabeth Lail e Piper Rubio em Five Nights at Freddy’s 2 (Divulgação / Universal Pictures)

Five Nights at Freddy’s 2 mistura suspense sobrenatural com horror tecnológico. Os cenários escuros, combinados às ruínas de um restaurante abandonado, ajudam a criar um ambiente tenso e a sensação de que o perigo pode surgir de qualquer lugar. E, por falar em surgir, o filme se apoia bastante em jump scares e sons altos para causar impacto.

Os animatrônicos têm um visual impressionante e merecem elogios pelo talento da equipe que trabalhou no filme e pela arte de usar marionetes em produções de terror. Infelizmente, esse terror é prejudicado pelo fato de os animatrônicos serem muito lentos e terem pouca capacidade de ação, o que leva o filme a apelar mais para os jump scares.

Isso dá aos protagonistas tempo de pensar e fazer tudo o que precisam para escapar, o que deixa o roteiro um pouco preguiçoso. Você sabe quem vai morrer no filme, não há um perigo real e as poucas mortes que acontecem ocorrem fora de cena. Além disso, algumas situações são resolvidas de forma surpreendentemente fácil.

Five Nights at Freddy's 2 (Divulgação / Universal Pictures)
Five Nights at Freddy’s 2 (Divulgação / Universal Pictures)

Através de Charlotte, o filme explora como adultos muitas vezes não dão real atenção ao que as crianças dizem e como isso pode resultar em tragédias. Já a forma como os habitantes da cidade lidam com as polêmicas envolvendo o Freddy Fazbear’s Pizza traz uma reflexão sobre como a sociedade transforma momentos macabros da história em algo banal.

Five Nights at Freddy’s 2, sem dúvida, é um filme para os fãs. Como alguém que não acompanha a franquia de jogos, não consegui entender diversas referências. Ainda assim, mesmo para o público casual, o filme é uma boa diversão e me agradou do começo ao fim.

Um dos meus maiores questionamentos sobre o filme é: se os animatrônicos “estão vivos” por força das almas que os possuíram, por que eles ainda continuam obedecendo às regras do restaurante e ao sistema operacional instalado neles?

Em resumo, Five Nights at Freddy’s 2 é um passo à frente do original, oferecendo bons momentos de terror graças aos seus efeitos práticos e satisfazendo quem queria mergulhar mais na tradição da rede de restaurantes amaldiçoada.

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