Corações Jovens emociona ao retratar o despertar do amor e da aceitação

Lou Goossens como Elias e Marius De Saeger como Alexander em Corações Jovens (Reprodução)

Você se lembra de quando se apaixonou pela primeira vez? Aquele sentimento intenso que surge de repente ao ver alguém, a vontade de estar sempre por perto e a sensação de que cada momento ao lado dessa pessoa se torna mais especial. É exatamente isso que Corações Jovens explora de forma gentil e cativante.

Dirigido por Anthony Schatteman, o filme conta a história de Elias (Lou Goossens), um adolescente que se apaixona por Alexander (Marius De Saeger), seu novo vizinho. Em uma comunidade rural onde ele não tem referências sobre o que é amar outro garoto, Elias embarca em uma jornada de autodescoberta e amadurecimento emocional.

Alexander, apesar da pouca idade, demonstra certa maturidade sobre relacionamentos e o quanto o mundo pode ser cruel, fruto de suas experiências anteriores. Já Elias precisa aprender a lidar com as novas emoções, o medo do preconceito e o julgamento das pessoas ao seu redor.

Lou Goossens como Elias e Marius De Saeger como Alexander em Corações Jovens (Divulgação / Mares Filmes)
Lou Goossens como Elias e Marius De Saeger como Alexander em Corações Jovens (Divulgação / Mares Filmes)

O filme retrata os conflitos internos de Elias com delicadeza, sem recorrer a exageros. A atuação de Lou Goossens é excelente — o jovem ator transmite com naturalidade cada batalha emocional do personagem, com o apoio de uma trilha sonora que reforça o clima das cenas, alternando entre melodias melancólicas e batidas mais vibrantes.

Além de enfrentar dúvidas sobre sua sexualidade, Elias também lida com questões familiares — como o pai, que está totalmente focado na carreira musical e acaba negligenciando o amadurecimento do filho — e com a insegurança sobre como seus amigos reagiriam caso ele assumisse seu romance com Alexander. E claro, seus próprios sentimentos conflitantes sobre se é certo ou errado ficar com Alexander.

Entre tudo isso, a produção encontra espaço para desenvolver a relação amorosa entre Elias e Alexander — desde os primeiros passeios e brincadeiras até o primeiro beijo — tudo de forma inocente e simples. Quando os dois se entendem como namorados, é um dos momentos mais contagiantes do filme.

Corações Jovens provoca reflexão sobre como o mundo mudou e como o amor entre pessoas do mesmo sexo deixou de ser um grande tabu. É especialmente emocionante ver personagens adultos, como o avô de Elias, demonstrando compreensão e acolhimento diante dos sentimentos do neto.

Lou Goossens como Elias e Marius De Saeger como Alexander em Corações Jovens (Divulgação / Mares Filmes)
Lou Goossens como Elias e Marius De Saeger como Alexander em Corações Jovens (Divulgação / Mares Filmes)

Para o público jovem, o filme é um incentivo a viver o amor de forma verdadeira e saudável — e a perceber que, muitas vezes, o maior obstáculo somos nós mesmos. Já para os mais velhos, surge aquela sensação incômoda de “eu queria ter vivido isso quando era mais novo”.

É impossível não se emocionar em certos momentos, especialmente nos mais significativos da vivência gay — como ser aceito sem preconceito, declarar o primeiro amor sincero e, principalmente, o alívio e a coragem de finalmente se assumir.

Entre alegrias e conflitos, o longa-metragem mostra que a compreensão e a aceitação são fundamentais. Um filme para sair do cinema com o coração quentinho.

O filme estreia no dia 13 de novembro nos cinemas.

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