Apesar da resistência de vários artistas e criadores, muitos executivos da indústria do cinema parecem dispostos a incorporar Inteligência Artificial em suas produções. Mas um nome de peso se posicionou contra: Guillermo del Toro. O diretor, vencedor do Oscar, está prestes a lançar Frankenstein na Netflix.
Em entrevista à NPR (via CBM), Del Toro falou sobre suas influências, o processo de produção do filme e sua visão sobre o uso da IA na arte. Questionado sobre o tema, o cineasta foi direto ao ponto e comparou a arrogância de Victor Frankenstein com a de alguns nomes do setor tecnológico, criticando o uso irresponsável da inovação:
“Minha preocupação não é com a inteligência artificial, e sim com a estupidez natural. Acho que é isso que move a maioria das piores características do mundo. Mas eu quis que a arrogância de Victor [Frankenstein] fosse, de certa forma, semelhante à dos ‘tech bros’. Ele é meio cego, criando algo sem considerar as consequências, e acho que precisamos fazer uma pausa e refletir sobre para onde estamos indo“.
Guillermo del Toro não tem interesse em IA

Sobre o uso pessoal da IA, o diretor afirmou que não tem interesse algum em inteligência artificial, especialmente a generativa, e que pretende continuar assim pelo resto da vida.
“IA, especialmente a IA generativa — não me interessa, nem nunca me interessará. Tenho 61 anos e espero conseguir permanecer desinteressado em usá-la até o dia em que eu bater as botas. […] Outro dia, alguém me mandou um e-mail perguntando: ‘Qual é a sua posição sobre IA?’ E minha resposta foi bem curta. Eu disse: ‘Prefiro morrer‘”.
Com sua versão de Frankenstein, Del Toro promete explorar não apenas o terror clássico, mas também a ética da ciência. O filme é estrelado por Oscar Isaac (Victor Frankenstein), Jacob Elordi (A Criatura) e Mia Goth (Elizabeth Harlander). O filme está previsto para chegar na Netflix no dia 7 de novembro.
